Os vastos Palácios da Memória

“Cheguei assim diante dos campos, dos vastos palácios da memória, onde os tesouros de inúmeras imagens trazidas por percepções de toda espécie. Lá também estão armazenados todos os nossos pensamentos, quer aumentado, quer diminuído, ou até alterado de algum modo o que nossos sentidos apanharam, e tudo o que aí depositamos, se ainda não foi sepultado ou absorvido no esquecimento.”

“Quando ali penetro, convoco todas as lembranças que quero. Algumas se apresentam de imediato, outras só após uma busca mais demorada, como se devessem ser extraídas de receptáculos mais recôndidos. Outras irrompem em turbilhão...”

“Tudo isso realizo interiormente, no imenso palácio da memória. Ali eu tenho às minhas ordens o céu, a terra, o mar, com tudo o que neles puder perceber, com exceção do que já esqueci. Ali encontro a mim mesmo, recordo de mim e de minhas ações, de seu tempo e lugar, e dos sentimentos que me dominavam ao praticá-las”

(Santo Agostinho: Confissões/ ano 398; página 219)

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