minha alma é um redemoinho
quando eu saio, ela me puxa pra dentro
quando eu entro, ela me suga todo
ate não sobrar mais nada
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minha alma é um abismo negro
escondida, repleta de segredos
um abismo que me suga
eu desço e não há fim
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minha alma é um dos demônios azuis
implacável, destemida ela morre a cada noite
e nasce a cada manha
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minha alma tem as cicatrizes mais profundas
se joga de coração, se fere e fere
e quando dou por mim
ela é só pedaços, que cicatrizam sempre
em duros laços
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minha alma é um buraco negro
que eu me joguei e nunca mais voltei
suga a luz e não existe razão no meu mundo
só alma negra profunda
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Minha alma queima intensa
é fogo que arde
dentro do oceano do acumulo
dos meus sentidos, meus sentimentos mudos
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minha alma é repulsiva, é demoníaca
ela arde, despedaça fere arranca e come o coração
minha alma é abominável, criatura sem escrúpulos
que segue implacável apenas minhas paixões
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Minha alma foi julgada e condenada
foi banida do mundo
e eu me exilei sozinho com ela
(Poesia, Rodrigo Brasil da Fonseca Mourão)
Um comentário:
vou escrever aqui uma coisa que eu já publiquei no meu blog:
"minha alma é impossibilitada de fazer o que as pessoas fazem comumente, que é negar o que elas vêem e testemunham. a partir do momento em que eu testemunho uma verdade, deflagra-se um inexorável processo de transformação".
seus poemas são lindos, lindos.
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