...Uma considera que o suicídio de van Gohg constitui a ultima expressão febril de loucura. A outra vê esse ato como o clímax da sua Paixão pessoal, como uma imitação de Cristo até à morte. Ambas as perspectivas tem alguma validade uma vez que recorrem a termos que o próprio van Gogh utilizou frequentemente e compulsivamente. A unidade da Vida e da Arte tinha seu exemplo máximo na estética da Morte, no tipo de tragédia ilustrada no teatro, réquiens e pinturas históricas. É certo que o louco e o sofredor contribuíram para a decisão final de van Gogh, embora nos possam igualmente impedir de a compreender na sua totalidade.
“Nos jardins de Arles e no hospício, van Gogh pintou à mesma velocidade, com a mesma absorta obsessão pela luz e com a mesma maníaca plenitude criativa. Mal tinha completado uma de suas telas incandescentes e já o seu pincel infalível estava a começar a seguinte, sem paragens ou hesitações, sem planejar ou deliberar. O seu principio era, sobretudo, o da criação, o da clareza demoníaca e da velocidade de visão e o da continuidade ininterrupta.”
Zweig descreveu van Gogh como estando possuído por um demônio que não lhe saia do corpo e que o levaria à destruição.
Um comentário:
seria o demônio dele a angústia? de sentir demais e não conseguir conter tudo dentro de si?
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