O Sopro da Razão

Depois de muito refletir
acredito que a 'razão' aparece ao homem como um sopro
ou seja, de uma só vez.
Direta.
Imediata.

Não consigo imaginar como ela se desenvolveria aos poucos
e se tornaria razão,

ou ela é razão
ou não é razão.

Por isso todo homem,
desde de aquele mais primordial
sentado a noite olhando as estrelas
é um órfão

A razão não evolui, não progride
um ser nunca é MAIS racional que o outro
ele simplesmente é racional

Mudam-se,
ou progridem
apenas os mecanismos por onde a razão acha suporte para operar.

A Arte a Verdade e a Imoralidade

Acredito que a arte é a verdade,
a verdade humana,
ou no mínimo a verdade do artista,
bem escancarada,
sem as mascaras
todas que a sociedade exige.

Não deve existir então censura
se não a do próprio artista.

Mas a arte é ética
em certa medida,
porque, se se diz a verdade,
e "Mentir é Feio"
então a verdade é intensa,
é dramática,
triste,
poderosa,
e, portanto, Linda
Na expressão mais forte que a palavra pode ter
Linda até quando retrata a feiura ou a miséria humana
É linda, porque é verdadeira.

É por isso que a arte pode representar algo imoral,
sem ser ela mesma imoral,
ou mesmo sendo
para denunciar a revolta do artista contra o mundo,
contra algo que lhe revolta por dentro,

(Como "El tres de mayo de 1808 en Madrid" do Goya)

No entanto,
se a imoralidade aparece apenas para chocar,
pelo simples espanto
a arte perde o componente da verdade
e se esvazia em sentido.

O artista não se entrega ao Niilismo,
ele, como ninguém mais,
luta pelo sentido do mundo.

A falta de poesia e a arte da esquizofrenia

É um tanto incomodo para quase todos que olham para a produção artística dos últimos anos, com certo senso crítico, ou até sem ele, perceber que em grande parte esta produção não nos revela sentido ou significado algum para além daquilo que o próprio artista garante que sua obra representa, ou mesmo quando nem ele vê um sentido claro em sua produção. É em geral por este motivo que tantas pessoas se sentem mais confiantes em passar horas nos jardins do Inhotim do que em suas galerias. Não é, como se poderia supor, uma simples questão de que o publico em geral não entende a obra que está ali, que é moderna de mais para eles, na verdade, não é uma questão de 'entender' mas em um plano geral a arte contemporânea apresenta não um êxtase sensorial e espiritual como o fez, e ainda faz, em toda sua longa história junto a humanidade, aquela perplexidade frente a maravilha, o 'Je ne sais quoi' a beleza, o drama, intraduzíveis se não por meio da própria obra. O que temos agora agora é um grande vazio desprovido de qualquer significado ou mensagem (talvez até uma metáfora clara da nossa sociedade em termos estéticos e espirituais). Acho que Não falamos apenas da grande arte contemporânea dentro das galerias os dá música moderna dentro das universidades mas num sentido geral também daquela feita de forma mais popular que deve andar em paralelo a toda a criação de uma época.

É neste sentido que digo que o problema do mundo não é o excesso de pornografia no Funk, ou a falta de sentido no sertanejo universitário, ou mesmo a infantilidade do Restart. Acho na verdade que eles não têm realmente culpa, são consequências de um problema muito mais grave que é a falta ou perda da poesia no mundo. Não só a perda da capacidade de fazer obras poéticas na música, na arquitetura, nas belas artes, ...mas também, e principalmente a perda da capacidade de se interpretar a poesia no âmbito geral. Por algum motivo estranho tudo aparece de forma incrivelmente literal ou explicativa, não se admite uma expressão simbólica qualquer e assim como já foi dito: “só um esquizofrênico entende um símbolo como literal”, só ele leva ao pé da letra que o paraíso está no Céu e tenta realmente subir até lá. Temos então, não só uma arte que seria vista por todos os momentos anteriores aos últimos setenta anos como esquizofrênica, como uma sociedade que fecha os olhos para isso.
Dois Cães

Tem dois Cães famintos dentro de mim
E os dois batalham entre si
Para devorar uma parte maior do meu coração
Ou cada um deles ele por ele inteiro
Eu sei que no fim serei apenas o buraco
Mas não sei dizer não a nenhum deles.

Rodrigo Brasil

Exposição Interpretes de Portinari - Minas II dezembro de 2011





Porta Alta



Acho que sonhei muitas vezes em abrir esta porta e voar por cima desta floresta que eu amo. Tantas vezes quanto eu sonhei des de que meu pai me deu "Enterre meu coração na curva do Rio" que meu coração teria de ser enterrado ali, naquela floresta, naquele chão que pisei tantas vezes e que se fundisse a todo o misterio e poesia daquele lugar.

Nobody's fault but mine

Nobody's fault but mine
Nobody's fault but mine
If I die and my soul be lost
nobody's fault but mine

I had a mother who could pray
I had a mother who could pray
If I die and my soul be lost
nobody's fault but mine

I had a mother who could sing
I had a mother who could sing
If I die and my soul be lost
nobody's fault but mine

Nobody's fault but mine
If I die and my soul be lost
If I die and my soul be lost
nobody's fault but mine

Palácios de Plutão

Forças ocultas atuam nas profundezas da alma humana e nem petróleo nem plutonio nem nenhuma ciência dão conta da potência infinita que emana destes palácios mais escuros e profundo de Plutão.

Os vastos Palácios da Memória

“Cheguei assim diante dos campos, dos vastos palácios da memória, onde os tesouros de inúmeras imagens trazidas por percepções de toda espécie. Lá também estão armazenados todos os nossos pensamentos, quer aumentado, quer diminuído, ou até alterado de algum modo o que nossos sentidos apanharam, e tudo o que aí depositamos, se ainda não foi sepultado ou absorvido no esquecimento.”

“Quando ali penetro, convoco todas as lembranças que quero. Algumas se apresentam de imediato, outras só após uma busca mais demorada, como se devessem ser extraídas de receptáculos mais recôndidos. Outras irrompem em turbilhão...”

“Tudo isso realizo interiormente, no imenso palácio da memória. Ali eu tenho às minhas ordens o céu, a terra, o mar, com tudo o que neles puder perceber, com exceção do que já esqueci. Ali encontro a mim mesmo, recordo de mim e de minhas ações, de seu tempo e lugar, e dos sentimentos que me dominavam ao praticá-las”

(Santo Agostinho: Confissões/ ano 398; página 219)

Exposição Chácara- de Rodrigo Brasil 04 de Julho Galeria do Minas



Exposição Chácara
Artista: Rodrigo Brasil

Abertura dia 04 de Julho de 2011 às 20:00 horas
Loca: Galeria de Arte do Minas Tênis Clube (unidade II)
Av. Bandeirantes 2323- Serra - Belo Horizonte/ MG

A série conta com mais ou menos 20 quadros acrílica sobre tela e algumas fotografias.

Esta Série Chácaras é uma homenagem ao lugar que eu amo, as montanhas e terras que fizeram minha infância mágica e minha adolescência uma aventura interminável. Para os morros, campos e trilhas que vivem no meu imaginário indissociáveis do que eu sou.

Eu pinto então alguns lugares que conheço, que estão na minha memória tentando dar a sensação que tinha sobre eles. Em outros momentos invento os lugares, ou misturo vários deles em um só tentando ser o mais verdadeiro possível com o que eu sinto. Brinco assim com as cores e as formas dos espaços que vivem dentro de onde eu sou.

A dialética do Esclarecimento

"Se a opinião pública atingiu um estado em que o pensamento inevitavelmente se converte em mercadoria e a linguagem em seu encarecimento, então a tentativa de pôr a nu semelhante depravação tem de recusar lealdade às convenções linguísticas e conceituais em vigor, antes que suas consequências para a história universal frustrem completamente essa tentativa. Se se tratasse apenas dos obstáculos resultantes da instrumentação desmemoriada da ciência, o ensamento sobre questões sociais poderia, pelo menos, tomar como ponto de partida as tendências opostas à ciência oficial. Mas também estas são presas do processo global de produção. Elas não se modificaram menos do que a ideologia à qual se referiam. Com elas se passa o que sempre sucedeu ao pensamento triunfante. Se ele sai voluntariamente de seu elemento crítico como um mero instrumento ao serviço da ordem existente, ele tende, contra sua própria vontade, a transformar aquilo que escolheu como positivo em algo de negativo, de destrutivo." Adorno

Belas Maldições

"Deus não joga dados com o universo; Ele joga um jogo inefável
de sua própria criação, que poderia ser comparado, da perspectiva de qualquer
um dos outros jogadores, (todos os dois) a estar envolvido numa obscura e
complexa versão de pôquer numa sala completamente escura, com cartas em
branco, por apostas infinitas, com um crupiê que não lhe diz quais são as regras,
e que sorri o tempo todo."

Neil Gaiman & Terri Pratchett - Belas Maldições

O Julgamento

O Julgamento

Um orgulho humilde
E um amor dolorido
Honesto condenado
Valente fugitivo

Uma calma ansiosa
E uma casa vazia
A Alma sem Deus
De um completo partido

Verdade punida
E Ego impune
Exílio querido
Sorridente derrotado
De Honesta Valentia

Rodrigo Brasil

A Família




A Família
Acrílica sobre tela
80 x 100 cm
Rodrigo Brasil

Sagrado




Sagrado
100 x 60 cm
Acrílica sobre tela
Rodrigo Brasil

Denise em Azul



Denise em Azul
55 x 45 cm
acrílica sobre tela
Rodrigo Brasil

O maior erro da nossa geração

Acho que o maior erro da nossa geração é achar que é mais inteligentes que as gerações passadas. Que o homem como um todo progride em inteligência de acordo com sua colocação no tempo como se o próprio tempo fosse uma linha reta. No final não somos mais capazes que o homem de 100 ou 1000 anos atrás, apenas temos mais r...ecursos, e recursos estes que muitas vezes tornam nossas mentes mais preguiçosas em questionar.

Exposição CHÁCARAS- 09 de setembro de 2010

Abertura da Exposição Chácaras
Na Galeria de Arte Professor Sylvio Vasconsellos
do Intituto de Cultura Brasil Estados Unidos ICBEU
Rua da Bahia 1723
09/09/2010 às 19:00 horas

A Galeria é aberta à comunidade, de segunda a sábado, das 8 às 21 h, e domingo, das 16 às 21h.A entrada é franca






Esta Série que estou desenvolvendo se chama: Chácaras, é uma homenagem ao lugar que eu amo, as montanhas e terras que fizeram minha infância mágica e minha adolescência uma aventura interminável. Para as morros, campos e trilhas que vivem no meu imaginário indissociáveis do que eu sou.
Eu pinto então alguns lugares que conheço, que estão na minha memória tentando dar a sensação que tinha sobre eles. Em outros momentos invento os lugares, ou misturo vários deles em um só tentando ser o mais verdadeiro possível com o que eu sinto. Brinco desta forma com as cores e as formas dos espaços.

sobre a visão da realidade

O primeiro obstáculo, a realidade, está inserido na crítica já citada anteriormente a respeito do empirismo. O pesquisador, ao olhar seu objeto de estudo, especialmente quando este faz parte do universo social, como é o caso da educação, pode incorrer no perigo de se deixar levar pelo que lhe é visível, dando a este um estatuto de verdade que ele não tem. Para Bachelard, "diante do mistério do real, a alma não pode, por decreto, tornar-se ingênua. É impossível anular, de um só golpe, todos os conhecimentos habituais. Diante do real, aquilo que cremos saber com clareza ofusca o que deveríamos saber". (BACHELARD, 1996, p.18)

Série Chácaras- Rodrigo Brasil

O Guitarrista



O Guitarrista
Acrílica sobre Tela/ 2009 / 100 x 70cm /
Rodrigo Brasil

Noite nas Montanhas VI

VENDIDO




Noite nas Montanhas VI
(série: Noite nas Montanhas)
ano: 2010
Acrílica sobre Tela
60x90cm
Rodrigo Brasil

Chácara- Depois da Chuva

Chácara- Alto Inverno

Chácara

VENDIDO

Chácara Samara

Políticos - rodrigo brasil



Políticos
série: The Will of the Gods
Acrílica sobre tela / 80 x 100cm / R$ 1600,00
Rodrigo Brasil

...descreveu van Gogh como estando possuído por um demônio ...

...Uma considera que o suicídio de van Gohg constitui a ultima expressão febril de loucura. A outra vê esse ato como o clímax da sua Paixão pessoal, como uma imitação de Cristo até à morte. Ambas as perspectivas tem alguma validade uma vez que recorrem a termos que o próprio van Gogh utilizou frequentemente e compulsivamente. A unidade da Vida e da Arte tinha seu exemplo máximo na estética da Morte, no tipo de tragédia ilustrada no teatro, réquiens e pinturas históricas. É certo que o louco e o sofredor contribuíram para a decisão final de van Gogh, embora nos possam igualmente impedir de a compreender na sua totalidade.

“Nos jardins de Arles e no hospício, van Gogh pintou à mesma velocidade, com a mesma absorta obsessão pela luz e com a mesma maníaca plenitude criativa. Mal tinha completado uma de suas telas incandescentes e já o seu pincel infalível estava a começar a seguinte, sem paragens ou hesitações, sem planejar ou deliberar. O seu principio era, sobretudo, o da criação, o da clareza demoníaca e da velocidade de visão e o da continuidade ininterrupta.”

Zweig descreveu van Gogh como estando possuído por um demônio que não lhe saia do corpo e que o levaria à destruição.

A Caverna

Somos todos Cegos e Surdos,
Nascemos sem saber ver e ouvir
Encerrados em uma caverna muito escura
e acabamos nos acostumado a isso.

O mundo de verdade, no entanto
é belo, cheio de sons e cores.
Sua beleza é tão intensa
que nos dói o simples fato dela existir como perfeição

A complexidade da beleza é tão luminosa
que é impossível olhar pela primeira vez para ela
sem que esta luz nos cegue novamente
Por isso é necessário aprender a olhar
Aprender a ouvir.

Mas por algum motivo preferimos nos recusar a olhar e escutar
e nos privamos de tudo que é realmente belo.
Voltamos para a caverna, porque todos estão dentro dela
e todos se confortam dizendo que ela é bela

voltamos para a segurança das certezas que conhecemos
Porque todos têm certeza disso
e escolhemos não ver nem ouvir
continuamos cegos e surdos enquanto o mundo esta ali
ao alcance de nossos olhos e ouvidos
e compensamos isso falando sobre um outro mundo.

Agradeço a Van Gogh,
como a tantos outros,
por ter visto o mundo de verdade por mim
e me contado como ele realmente é,
e não ter me poupado de absolutamente nada.

Ele disse "É gravemente Belo"
Então, Sempre que olho, me pergunto:
É GRAVEMENTE belo???

Estou olhando para caverna ou para o mundo?
Tenho medo de nunca ter vivido, de desistir de ser.
Medo de desperdiçar meus dias com tudo que não tem sentido, com as coisas que não significam nada e acabar vivendo sentado no frio.

Desejo saber que todas as vezes que volto pra casa eu tenha realmente vivido aquele dia e não em uma ilusão. Não fantasiar ser, mas realmente ser. Não so ser honesto com os outros, mas comigo mesmo.

A Ignorância

A Ignorância


Nenhum pensamento ou opinião é superior a outro.
Não há argumento, que não deva ser levado em consideração.
Não existe verdade absoluta. (a não ser que estritamente abstrata como é a matemática.)
O mundo é feito da junção dos diferentes pontos de vista.
Assume sua ignorância aquele que acredita saber tudo sobre qualquer tema.
Frente a Escuridão que se atire no mínimo a flecha flamejante da hipótese (se ela não acertar o alvo, pelo menos mostrará onde ele não está)


Só é possível saber de verdade quando se assume o risco da incerteza e se está disposto a questionar, não só os outros, mas principalmente a si mesmo.
A avalanche da soma das certezas das pessoas, não faz com que algo seja verdade por mais intransponível que isso as faça parecer.


Rodrigo Brasil

Tigre

Tigre

Acho que sou como um tigre
E vago pela noite sem destino
Percorro os abismos sombrios
Onde minha alma pediu abrigo

Sim, sou como um tigre
E não tenho nada,
Só minha vontade e minhas garras.

Vago no escuro,
Em meio às estrelas e as árvores
Perdido em meus pensamentos
Eu não sou nada.

Percorro em silencio
Uma noite sem fim
Onde nem os oceanos do tempo
Não importam para mim

Rodrigo Brasil