ARTE de RODRIGO BRASIL
Arte, quadros, desenhos, reflexões e poesia. Este é o espaço destinado a apresentar o trabalho do artista plástico Rodrigo Brasil de Minas Gerais Belo Horizonte.
O Sopro da Razão
acredito que a 'razão' aparece ao homem como um sopro
ou seja, de uma só vez.
Direta.
Imediata.
Não consigo imaginar como ela se desenvolveria aos poucos
e se tornaria razão,
ou ela é razão
ou não é razão.
Por isso todo homem,
desde de aquele mais primordial
sentado a noite olhando as estrelas
é um órfão
A razão não evolui, não progride
um ser nunca é MAIS racional que o outro
ele simplesmente é racional
Mudam-se,
ou progridem
apenas os mecanismos por onde a razão acha suporte para operar.
A Arte a Verdade e a Imoralidade
a verdade humana,
ou no mínimo a verdade do artista,
bem escancarada,
sem as mascaras
todas que a sociedade exige.
Não deve existir então censura
se não a do próprio artista.
Mas a arte é ética
em certa medida,
porque, se se diz a verdade,
e "Mentir é Feio"
então a verdade é intensa,
é dramática,
triste,
poderosa,
e, portanto, Linda
Na expressão mais forte que a palavra pode ter
Linda até quando retrata a feiura ou a miséria humana
É linda, porque é verdadeira.
É por isso que a arte pode representar algo imoral,
sem ser ela mesma imoral,
ou mesmo sendo
para denunciar a revolta do artista contra o mundo,
contra algo que lhe revolta por dentro,
(Como "El tres de mayo de 1808 en Madrid" do Goya)
No entanto,
se a imoralidade aparece apenas para chocar,
pelo simples espanto
a arte perde o componente da verdade
e se esvazia em sentido.
O artista não se entrega ao Niilismo,
ele, como ninguém mais,
luta pelo sentido do mundo.
A falta de poesia e a arte da esquizofrenia
É neste sentido que digo que o problema do mundo não é o excesso de pornografia no Funk, ou a falta de sentido no sertanejo universitário, ou mesmo a infantilidade do Restart. Acho na verdade que eles não têm realmente culpa, são consequências de um problema muito mais grave que é a falta ou perda da poesia no mundo. Não só a perda da capacidade de fazer obras poéticas na música, na arquitetura, nas belas artes, ...mas também, e principalmente a perda da capacidade de se interpretar a poesia no âmbito geral. Por algum motivo estranho tudo aparece de forma incrivelmente literal ou explicativa, não se admite uma expressão simbólica qualquer e assim como já foi dito: “só um esquizofrênico entende um símbolo como literal”, só ele leva ao pé da letra que o paraíso está no Céu e tenta realmente subir até lá. Temos então, não só uma arte que seria vista por todos os momentos anteriores aos últimos setenta anos como esquizofrênica, como uma sociedade que fecha os olhos para isso.
Acho que sonhei muitas vezes em abrir esta porta e voar por cima desta floresta que eu amo. Tantas vezes quanto eu sonhei des de que meu pai me deu "Enterre meu coração na curva do Rio" que meu coração teria de ser enterrado ali, naquela floresta, naquele chão que pisei tantas vezes e que se fundisse a todo o misterio e poesia daquele lugar.
Nobody's fault but mine
Nobody's fault but mine
If I die and my soul be lost
nobody's fault but mine
I had a mother who could pray
I had a mother who could pray
If I die and my soul be lost
nobody's fault but mine
I had a mother who could sing
I had a mother who could sing
If I die and my soul be lost
nobody's fault but mine
Nobody's fault but mine
If I die and my soul be lost
If I die and my soul be lost
nobody's fault but mine
Palácios de Plutão
Os vastos Palácios da Memória
“Quando ali penetro, convoco todas as lembranças que quero. Algumas se apresentam de imediato, outras só após uma busca mais demorada, como se devessem ser extraídas de receptáculos mais recôndidos. Outras irrompem em turbilhão...”
“Tudo isso realizo interiormente, no imenso palácio da memória. Ali eu tenho às minhas ordens o céu, a terra, o mar, com tudo o que neles puder perceber, com exceção do que já esqueci. Ali encontro a mim mesmo, recordo de mim e de minhas ações, de seu tempo e lugar, e dos sentimentos que me dominavam ao praticá-las”
(Santo Agostinho: Confissões/ ano 398; página 219)
Exposição Chácara- de Rodrigo Brasil 04 de Julho Galeria do Minas
Exposição Chácara
Artista: Rodrigo Brasil
Abertura dia 04 de Julho de 2011 às 20:00 horas
Loca: Galeria de Arte do Minas Tênis Clube (unidade II)
Av. Bandeirantes 2323- Serra - Belo Horizonte/ MG
A série conta com mais ou menos 20 quadros acrílica sobre tela e algumas fotografias.
Esta Série Chácaras é uma homenagem ao lugar que eu amo, as montanhas e terras que fizeram minha infância mágica e minha adolescência uma aventura interminável. Para os morros, campos e trilhas que vivem no meu imaginário indissociáveis do que eu sou.
Eu pinto então alguns lugares que conheço, que estão na minha memória tentando dar a sensação que tinha sobre eles. Em outros momentos invento os lugares, ou misturo vários deles em um só tentando ser o mais verdadeiro possível com o que eu sinto. Brinco assim com as cores e as formas dos espaços que vivem dentro de onde eu sou.
A dialética do Esclarecimento
Belas Maldições
de sua própria criação, que poderia ser comparado, da perspectiva de qualquer
um dos outros jogadores, (todos os dois) a estar envolvido numa obscura e
complexa versão de pôquer numa sala completamente escura, com cartas em
branco, por apostas infinitas, com um crupiê que não lhe diz quais são as regras,
e que sorri o tempo todo."
Neil Gaiman & Terri Pratchett - Belas Maldições
O Julgamento
Um orgulho humilde
E um amor dolorido
Honesto condenado
Valente fugitivo
Uma calma ansiosa
E uma casa vazia
A Alma sem Deus
De um completo partido
Verdade punida
E Ego impune
Exílio querido
Sorridente derrotado
De Honesta Valentia
Rodrigo Brasil
O maior erro da nossa geração
Exposição CHÁCARAS- 09 de setembro de 2010
Na Galeria de Arte Professor Sylvio Vasconsellos
do Intituto de Cultura Brasil Estados Unidos ICBEU
Rua da Bahia 1723
09/09/2010 às 19:00 horas
A Galeria é aberta à comunidade, de segunda a sábado, das 8 às 21 h, e domingo, das 16 às 21h.A entrada é franca
Esta Série que estou desenvolvendo se chama: Chácaras, é uma homenagem ao lugar que eu amo, as montanhas e terras que fizeram minha infância mágica e minha adolescência uma aventura interminável. Para as morros, campos e trilhas que vivem no meu imaginário indissociáveis do que eu sou.
Eu pinto então alguns lugares que conheço, que estão na minha memória tentando dar a sensação que tinha sobre eles. Em outros momentos invento os lugares, ou misturo vários deles em um só tentando ser o mais verdadeiro possível com o que eu sinto. Brinco desta forma com as cores e as formas dos espaços.
sobre a visão da realidade
Noite nas Montanhas VI
...descreveu van Gogh como estando possuído por um demônio ...
“Nos jardins de Arles e no hospício, van Gogh pintou à mesma velocidade, com a mesma absorta obsessão pela luz e com a mesma maníaca plenitude criativa. Mal tinha completado uma de suas telas incandescentes e já o seu pincel infalível estava a começar a seguinte, sem paragens ou hesitações, sem planejar ou deliberar. O seu principio era, sobretudo, o da criação, o da clareza demoníaca e da velocidade de visão e o da continuidade ininterrupta.”
Zweig descreveu van Gogh como estando possuído por um demônio que não lhe saia do corpo e que o levaria à destruição.
A Caverna
Nascemos sem saber ver e ouvir
Encerrados em uma caverna muito escura
e acabamos nos acostumado a isso.
O mundo de verdade, no entanto
é belo, cheio de sons e cores.
Sua beleza é tão intensa
que nos dói o simples fato dela existir como perfeição
A complexidade da beleza é tão luminosa
que é impossível olhar pela primeira vez para ela
sem que esta luz nos cegue novamente
Por isso é necessário aprender a olhar
Aprender a ouvir.
Mas por algum motivo preferimos nos recusar a olhar e escutar
e nos privamos de tudo que é realmente belo.
Voltamos para a caverna, porque todos estão dentro dela
e todos se confortam dizendo que ela é bela
voltamos para a segurança das certezas que conhecemos
Porque todos têm certeza disso
e escolhemos não ver nem ouvir
continuamos cegos e surdos enquanto o mundo esta ali
ao alcance de nossos olhos e ouvidos
e compensamos isso falando sobre um outro mundo.
Agradeço a Van Gogh,
como a tantos outros,
por ter visto o mundo de verdade por mim
e me contado como ele realmente é,
e não ter me poupado de absolutamente nada.
Ele disse "É gravemente Belo"
Então, Sempre que olho, me pergunto:
É GRAVEMENTE belo???
Estou olhando para caverna ou para o mundo?
Medo de desperdiçar meus dias com tudo que não tem sentido, com as coisas que não significam nada e acabar vivendo sentado no frio.
Desejo saber que todas as vezes que volto pra casa eu tenha realmente vivido aquele dia e não em uma ilusão. Não fantasiar ser, mas realmente ser. Não so ser honesto com os outros, mas comigo mesmo.
A Ignorância
Nenhum pensamento ou opinião é superior a outro.
Não há argumento, que não deva ser levado em consideração.
Não existe verdade absoluta. (a não ser que estritamente abstrata como é a matemática.)
O mundo é feito da junção dos diferentes pontos de vista.
Assume sua ignorância aquele que acredita saber tudo sobre qualquer tema.
Frente a Escuridão que se atire no mínimo a flecha flamejante da hipótese (se ela não acertar o alvo, pelo menos mostrará onde ele não está)
Só é possível saber de verdade quando se assume o risco da incerteza e se está disposto a questionar, não só os outros, mas principalmente a si mesmo.
A avalanche da soma das certezas das pessoas, não faz com que algo seja verdade por mais intransponível que isso as faça parecer.
Rodrigo Brasil
Tigre
Acho que sou como um tigre
E vago pela noite sem destino
Percorro os abismos sombrios
Onde minha alma pediu abrigo
Sim, sou como um tigre
E não tenho nada,
Só minha vontade e minhas garras.
Vago no escuro,
Em meio às estrelas e as árvores
Perdido em meus pensamentos
Eu não sou nada.
Percorro em silencio
Uma noite sem fim
Onde nem os oceanos do tempo
Não importam para mim
Rodrigo Brasil